sábado, 19 de julho de 2025

Lula bloqueia projeto que tentava aumentar número de deputados federais

Lula veta projeto que aumentava número de deputados por inconstitucionalidade

 Decisão foi comunicada ao Senado com trechos da mensagem presidencial e fundamentação jurídica e fiscal

O presidente Lula vetou integralmente o Projeto de Lei Complementar nº 177/2023, que fixava um novo número de deputados federais e alterava as regras de distribuição de cadeiras entre os estados e o Distrito Federal. 

A decisão foi publicada nesta quinta-feira (17) no Diário Oficial da União, por meio da mensagem presidencial nº 961 enviada ao presidente do Senado. 

Na mensagem, Lula escreve: “Comunico a Vossa Excelência que, nos termos previstos no § 1º do art. 66 da Constituição, decidi vetar integralmente, por contrariedade ao interesse público e por inconstitucionalidade, o Projeto de Lei Complementar nº 177, de 2023”. O projeto revogaria a Lei Complementar nº 78, de 1993, estabelecendo novas regras para a composição da Câmara.

Segundo a Presidência, o veto atendeu a pareceres do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Advocacia-Geral da União, do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento e Orçamento. Em um dos trechos da justificativa, a mensagem afirma: “A proposta legislativa revela-se inconstitucional e contraria o interesse público, por violação ao disposto no art. 167, § 7º, da Constituição, no art. 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, no art. 17, § 2º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal, no art. 129, § 1º, e no art. 132 da Lei nº 15.080, de 30 de dezembro de 2024 — Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025”.

Texto de Lula alega aumento de despesas

A mensagem destaca que o aumento do número de deputados geraria novas despesas obrigatórias sem previsão de impacto orçamentário ou fonte de custeio.

“A medida acarreta aumento de despesas obrigatórias, sem a completa estimativa de impacto orçamentário, de previsão de fonte orçamentária e de medidas de compensação, onerando não apenas a União, mas também entes federativos”, diz o texto.

O governo também apontou que o artigo 6º do projeto, que previa atualização monetária de despesas públicas, estava em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias vigente: “O art. 6º, parágrafo único, do Projeto de Lei Complementar está em dissonância com o art. 131, IV, da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025”.

A decisão do veto sinaliza que caso o Congresso insista em implementar o aumento de parlamentares, o governo federal ou partidos aliados poderão acionar o Supremo Tribunal Federal para barrar a medida judicialmente.

O projeto retorna ao Congresso Nacional, que poderá manter ou rejeitar o veto em sessão conjunta.

Fonte: Cleber Lourenço / ICL notícias