sexta-feira, 4 de julho de 2025

Movimento em prol da taxação das grandes fortunas cresce no Brasil


População acorda e se mobiliza em reforço ao combate histórico as desigualdades sociais e econômicas no Brasil.



Lula exibe cartaz que pede “taxação dos super ricos” em manifestação



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exibiu cartaz que pedia a “taxação dos super ricos” durante evento que celebrou a independência da Bahia nesta última quarta-feira, 2 de julho de 2025.

Lula compartilhou foto do ato em suas redes sociais, na imagem, ele aparece ao lado da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). 

“Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso”, publicou o presidente em seu perfil no X (antigo Twitter).

A postagem foi endossada por membros do governo, como o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e por apoiadores, como o deputado o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Lula adotou a oposição entre pobres e ricos como uma estratégia do governo. O partido do presidente iniciou uma campanha que pede aumento de impostos sobre os 'BBB', que seriam bilionários, bancos e bets. Para divulgar a ideia, o PT criou um vídeo usando Inteligência Artificial para questionar os impostos que recaem mais ricos.

O plano é se preparar para a corrida presidencial de 2026 e inflamar a visão de "nós contra eles”, defendendo que uma pequena parcela privilegiada, os mais ricos, desejam que a carga tributária permaneça como é atualmente. 

Lula chegou a afirmar que há uma “rebelião dos mais ricos por causa do PL da isenção do IR” para quem ganha até R$ 5 mil.

“Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros”, declarou o petista durante o lançamento do Plano Safra. 

As críticas também se estendem à Câmara dos deputados, que derrubou, em 25 de julho, o decreto do governo que impunha aumento ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No X (antigo Twitter), a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) chamou o Congresso de “inimigo do povo” e afirmou que o decreto promovia justiça tributária ao onerar “quem pode e deve pagar mais”.

Na última segunda feira, 30 de junho, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a estratégia governista de acusar o Congresso de trair interesses do povo.

"Quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”, afirmou o deputado por meio de um vídeo publicado em seu Instagram. “A polarização política no Brasil tem cansado muita gente, e agora querem criar a polarização social”, completa.

Manifestantes invadem prédio do Itaú e pedem por taxação de ricos

Membros do MTST e da Frente Povo Sem Medo participaram do ato na capital paulista

Um grupo de manifestantes invadiu o saguão do prédio do Banco Itaú na manhã desta quinta-feira, 3 de julho, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, área nobre da zona oeste da cidade de São Paulo. 

Os ativistas, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo defendiam reforma tributária e a taxação dos super-ricos.

Cantando músicas e tremulando bandeiras em prol do movimento, eles deixaram o lobby do edifício por volta das 11h15.


Manifestantes ocupam saguão de prédio do Itaú em São Paulo e pedem por "taxação dos super ricos"


O MTST e a Frente Povo Sem Medo são ligadas ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Nas redes sociais, ele disse que o recado do povo era "claro": "O Brasil precisa de Justiça tributária".

Nas redes sociais, a invasão repercutiu principalmente entre oposicionistas ao governo, que chegaram a comparar a invasão ao prédio privado aos ataques de 8 de Janeiro em Brasília. "Este é o retrato da atual esquerda no Brasil. Não produzem e não geram riqueza para o nosso país. Apenas geram balbúrdia e caos", escreveu o ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL) e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ).

O protesto ocorre em meio ao conflito entre Planalto e Congresso, que na semana passada derrubou o decreto de Lula que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assinado no fim de maio. A medida fazia parte da estratégia do governo para reforçar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal. Na última terça-feira, dia 1º, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o STF para tentar reverter a decisão do Congresso.


Assista a reportagem em vídeo da CNN sobre os protestos na quinta-feira: