quinta-feira, 19 de junho de 2025

Jesus pode curar o passado e transformar sua história, diz o papa Leão XIV

Leão XIV na audiência geral de hoje (18). | Daniel Ibáñez/EWTN

O papa Leão XIV continuou hoje (18) sua catequese sobre "Jesus Cristo, nossa esperança" depois de saudar milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, no papamóvel, para participar da audiência geral.

Neste 18 de junho de 2025 o papa disse que Jesus é capaz de curar e “desbloquear” o passado que às vezes paralisa as pessoas, convidando os fiéis a caminhar e a decidir o que fazer com sua história.

No início de sua catequese, ele convidou os fiéis a refletir sobre situações em que “em que nos sentimos bloqueados e fechados num beco sem saída”, em que parece “inútil continuar esperando, nos resignamos e não temos mais vontade de lutar”.

Falando sobre a leitura do Evangelho de são João (cf. Jo 5,1-9), que narra a cura de um paralítico, Leão XIV disse que é Jesus quem “em sua dor estende a mão” aos doentes e àqueles que foram expulsos do Templo por serem considerados “impuros”.

Essas pessoas, disse o papa, aguardavam cura numa piscina cujas águas, acreditava-se, eram capazes de curar doenças. Segundo a crença da época, quem mergulhasse primeiro quando a água fosse agitada seria curado.

"Aquela piscina era chamada Betzatá, que significa casa da misericórdia: poderia ser uma imagem da Igreja, onde os doentes e os pobres se reúnem e onde o Senhor estende a mão para curar e dar esperança", disse ele.

A desilusão que paralisa

Foi então que Jesus falou com um homem paralítico há 38 anos e que não conseguia mergulhar na piscina. Segundo o papa, o que "muitas vezes nos paralisa é justamente a desilusão”.

“Sentimo-nos desanimados e corremos o risco de cair na apatia", disse ele.

Dirigindo-se ao paralítico, disse Leão XIV, Jesus lhe fez uma pergunta "necessária": Você quer ser curado?

“Por vezes preferimos permanecer na condição de doentes, obrigando os outros a cuidar de nós. Por vezes, é também um pretexto para não decidir o que fazer com as nossas vidas. Jesus, por outro lado, conduz esse homem de volta ao seu verdadeiro e profundo desejo”, disse o papa.

O paralítico, abatido, responde que não tem ninguém que o mergulhe na piscina, atitude que, segundo Leão XIV, por vezes é “um pretexto para não decidir o que fazer com as nossas vidas”.

Em resposta à "visão fatalista" da vida do doente, o papa disse que, às vezes, "pensamos que as coisas nos acontecem porque não temos sorte, porque o destino está contra nós”.

“Esse homem está desanimado. Sente-se derrotado na luta da vida", disse também Leão XIV.

Jesus "o ajuda a descobrir que sua vida também está em Suas mãos”, disse Leão XIV. “Ele o convida a se levantar, a se erguer de sua situação crônica e a pegar sua esteira”.

“Essa esteira não deve ser abandonada nem jogada fora: ela representa sua doença passada, é a sua história", disse também o papa.

Assim, ele disse que o passado havia "bloqueado" o homem, forçando-o a "ficar como um morto". 

No entanto, graças a Jesus, ele é capaz de "carregar essa maca e levá-la para onde quiser”.

“Ele pode decidir o que fazer com a sua história”, disse o papa. “Trata-se de caminhar, de assumir a responsabilidade de escolher o caminho a seguir".

Por fim, Leão XIV convidou os fiéis a pedirem ao Senhor "o dom de compreender onde nossas vidas se encontram bloqueadas”.

“Procuremos dar voz ao nosso desejo de cura”, disse o papa. “E rezemos por todos aqueles que se sentem paralisados, que não vêem saídas para seus problemas.

Fonte: Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.