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Richard Longo e Emannuel Lobo - militantes do PCO do Paraná durante a reunião em Curitiba no dia do lançamento do livro sobre a história do PCO e apresentação sobre a realidade do Congo |
O professor e militante Emannuel Lobo apresentou o livro e falou sobre a história do partido.
O militante Richard Longo, natural do Congo, atualmente morador no Brasil explicou a realidade do seu país ao público presente no encontro.
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Reunião com a militância do PCO no Paraná estudou situação política do Congo e debateu situações políticas da realidade do Brasil |
País tão rico em recursos mineiras como Brasil, Congo é mina de ouro dos países imperialistas
O Congo é o 12º maior país do mundo. Com cerca de 94 milhões de população, faz fronteira com República Centro-Africana, Sudão do Sul, Uganda, Ruanda, Burúndi, Tanzânia, Zâmbia, Angola e República do Congo.
A República Democrática do Congo, uma ex-colônia da Bélgica no centro do continente africano, detém 75% das reservas mundiais desse mineral. Há várias décadas, o país está sendo assolado por uma intensa guerra civil, onde, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas, mais de 6 milhões de pessoas já morreram, sendo que 4 milhões dessas mortes estão ligadas diretamente à disputas pelo controle de áreas de mineração, incluindo-se aqui as reservas de coltan.
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Foto: ferdinandodesousa.com |
Mas por que tem tanto conflito?
RD Congo, o 4º maior país do continente africano, no meio geológico é conhecido como uma “aberração geológica”.
E qual a razão para isso?
Porque no território de RD Congo, existe absolutamente tudo em questão de riquezas minerais, como lítio, cobalto, terras raras, ouro, diamantes, minério de ferro, urânio e metais nobres e raros fundamentais atualmente para a produção de energia elétrica, medicina nuclear e segurança. Essas informações são do diplomata André Luiz Azevedo dos Santos, muito experiente no continente africano. É produtor de manganês, platina e cobalto. Petróleo, gás natural, carvão e urânio também tem. Ou seja, é um país muito rico em recursos naturais, como o Brasil.
Mas, contrastando com a riquezas naturais, o Congo é um dos países mais pobres do mundo. Seu IDH é 0,479, ou seja, está no 179º lugar na lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano, entre 191 países.
E por que é tão pobre?
Segundo o Diário da Causa Operária, a população do Congo sofre porque toda essa riqueza tem atraído os gananciosos, os exploradores e usurpadores dos países imperialistas.
O país foi colônia belga de 1885 até 1960, razão pela qual o idioma oficial ainda é o francês. De 1885 a 1908 era propriedade particular do rei belga. Além de extrair as riquezas para si, o povo local era submetido a piores tipos de tratamento, chocando até os europeus da época. Isso obrigou o governo belga a “comprar” o território do rei, tornando-se oficialmente colônia da Bélgica, condição que durou até 1960. Com a independência, a empresa belga que explorava recursos mineirais no Congo, a Union Minière du Haut Katanga, foi estatizada. Durante a colônia, essa empresa tinha influencia muito grande sobre o território.
País muito rico, mas com IDH baixíssimo, a taxa de alfabetização do povo é cerca de 75%. Isso porque lá o sistema educativo não é totalmente gratuito. Com a guerra civil e violência gravíssima, a taxa de frequência escolar não é das melhores.
A história moderna do Congo é repleta de guerras civis e população comum fugindo de sua terra para campos de refugiados. Apesar de idioma oficial ser francês, quatro idiomas nativos mais falados também têm status de língua nacional. A população é composta de cerca de 250 grupos étnicos diferentes.
Segundo reportagem do Diário da Causa Operária, "O Domínio agressivo de colonizadores, intervenção de países imperialistas após a independência, país miserável onde o IDH é baixíssimo, violência explosiva, tudo isso tem um motivo apenas: facilitar a exploração comercial para que poucos lucrem. É sangue sob diamantes. Um país falido é tudo que os países imperialistas desejam, principalmente um tão rico como o Congo."
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“Países da África são um campo de caça do imperialismo” - diz presidente nacional do PCO. |
“Os países da África sempre foram um campo de caça do imperialismo”, destacou Rui Pimenta, ao falar da relação de dominação que os países mais poderosos do mundo exercem sobre o continente mais miserável do planeta terra.
O presidente nacional do PCO explicou que as autoridades públicas dos países africanos são corrompidas pelo imperialismo, tornando-se cúmplices de um regime semicolonial.
Entre os exemplos dados por Pimenta, está o próprio Níger, onde, antes do golpe militar, havia um contrato de que a França podia extrair todo o Urânio do país e pagar apenas por 2% dele. “Isso já não é um trato comercial, é um assalto à mão armada”, destacou Rui Pimenta.
Outras informações sobre o tema:
Ataque a campo de refugiados mata 46 pessoas no Congo
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As atrocidades no Congo e o holocausto africano