O TEA - Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurológica permanente que pode estar em pessoas de todas as idades pois os estudos científicos da medicina e da psicologia confirmam que o Autismo necessita de tratamento de uso contínuo para a vida toda, ou seja, o Autismo não se encerra após a pessoa completar 21 anos de idade. Para a pessoa Autista ter saúde é necessário um estilo de vida com mais estabilidade social e previsibilidade para que seja viabilizado o auto cuidado. Para saber se uma pessoa é Autista, ela precisa realizar os testes profissionais de saúde de forma presencial em que somente podem ser elaborados por profissionais capacitados em clínicas médicas e consultórios especializados na neurologia, neuropsicologia, psiquiatria. Após os testes feitos por profissional da neuropsicologia habilitado é necessário o acompanhamento de um médico que reconheça o Autismo. As psicoterapias realizados por psicólogos também são importantes para o tratamento do TEA. Somente um profissional médico pode confirmar o laudo do Autismo, por isso que para o TEA não existe "achismo", é a ciência médica e ciência da psicologia que confirmam o diagnóstico. O documento assinado por médico neurologista ou psiquiatra é o que garante a comprovação do diagnóstico. |
A prefeitura de São José dos Pinhais está investindo no espaço de Atendimento Multiprofissional para Autismo (AMA), desenvolvido pelas secretarias municipais de Educação e Saúde.
O AMA tem ampliado o suporte às pessoas com neurodivergência em São José dos Pinhais. Somente neste início de ano, mais de 300 crianças e adolescentes de até 21 anos, que estavam na fila do SUS, passaram a receber atendimento.
A prefeitura de SJP informou que o trabalho começa com avaliação especializada, diagnóstico e estudo de caso, seguido de encaminhamento para clínicas credenciadas, garantindo acesso mais rápido e qualificado às terapias necessárias.
“Nosso compromisso é fortalecer esse trabalho cada vez mais, garantindo um serviço de qualidade, efetivo e acessível para quem precisa”, afirma a secretária de Educação, Fátima Cardoso.
A equipe do AMA é formada por profissionais de diversas áreas, como psicologia, serviço social, fisioterapia, nutrição, educação física, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicopedagogia – todos capacitados para o atendimento humanizado à neurodiversidade.
“É um trabalho multiprofissional que faz toda a diferença no desenvolvimento das pessoas com neurodivergência e no suporte às famílias”, destaca o secretário de Saúde, José Dalmi Dissenha.
O novo formato, que inclui clínicas credenciadas, têm acelerado significativamente os atendimentos.
“Fomos bem acolhidos no espaço AMA, passamos por avaliação com os profissionais, fomos encaminhados para a clínica e já estamos na sexta sessão de terapia. É um trabalho essencial, que faz toda a diferença para nossas crianças e para nós, famílias”, relata Zeni Aparecida, mãe de uma criança de cinco anos com autismo nível 2.
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Foto: Divulgação / Município SJP Espaço AMA da prefeitura de São José dos Pinhais atende autistas com idade até 21 anos |
Os encaminhamentos para o atendimento no AMA são feitos pelas unidades básicas de saúde (UBS) de referência. Para entrar na fila, é necessário ter laudo médico de neurodivergência e uma solicitação formal para terapias multiprofissionais.
“Com o laudo e a solicitação em mãos, o responsável deve procurar a UBS onde a criança é atendida. A partir disso, ela é incluída na fila de espera da AMA”, explica a enfermeira Nayla Gural, que coordena o Espaço AMA juntamente com a pedagoga Ariane Pissaia.
Capacitação para familiares
A partir de julho, a Secretaria de Saúde planeja, em parceria com a Superintendência de Cidadania e outras entidades, promover capacitações e atividades coletivas voltadas ao empreendedorismo para pais, mães e responsáveis pelas rede de apoio de pessoas autistas.
“Esse tipo de ação contribui para que os cuidadores adquiram mais autonomia e segurança nos cuidados com crianças e adolescentes neurodivergentes”, completa a coordenadora Neyla.
A opinião da prefeitura de SJP emitida pela secretaria de comunicação é que "com ações integradas e atendimento especializado, o Espaço AMA reforça o compromisso do município com uma rede de apoio eficiente, acessível e humanizada para as famílias" que vivem a realidade do TEA no município.
Qualidade do sono para pessoas na condição Autista
A qualidade do sono desempenha um papel fundamental no bem-estar, saúde e desempenho das pessoas na sociedade. Quando as pessoas não têm um sono adequado, podem enfrentar uma série de problemas que afetam diretamente sua produtividade e saúde. E para as pessoas na condição Autista o sono pode ser mais afetado do que nas demais pessoas.
Entre os principais problemas causados pela falta de sono estão a redução da concentração, diminuição da capacidade de tomada de decisões, aumento do estresse e da irritabilidade, além de uma maior propensão a cometer erros no trabalho.
Além disso, a privação do sono pode levar a problemas de saúde mais graves, como a diminuição do sistema imunológico, aumento do risco de obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Todos esses fatores combinados podem resultar em um ambiente de trabalho menos eficiente, com colaboradores menos engajados e mais propensos a faltas e atrasos.
Portanto, é essencial que as empresas e os governos estejam atentas à qualidade do sono de seus colaboradores e promovam práticas que incentivem um descanso adequado, como horários flexíveis, ambiente de trabalho confortável e programas de bem-estar.
A qualidade do sono é um fator que afeta diretamente a saúde física e mental de uma pessoa Autista. Por isso, é essencial que sejam adotadas medidas para melhorá-la, principalmente para evitar o estresse, a fadiga e o cansaço excessivo devido a hipersensibilidade sensorial.
Em São José dos Pinhais, a secretaria de saúde não fornece medicamentos para tratar insônia. Sendo necessário assim, que o morador necessite pagar com seu recurso próprio medicamentos como Stilnox e Zolpidem, por exemplo, além do Cannabidiol que tem um alto custo para ser adquirido e somente pode ser comercializado com receitas médicas com controle especial.
Clique aqui e confira a resposta da prefeitura de São José dos Pinhais-PR sobre a solicitação de medicamentos para a saúde mental.
Assista o vídeo do jornalista Cristiano Bassa - Autista comentando sobre o medicamentos que faz uso para manutenção do sono de qualidade:
OPINIÃO - Cristiano Bassa - Jornalista e Especialista em Ciência da Comunicação - UFPR
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Cristiano Bassa é Autista e até agora não encontrou políticas públicas específicas para adultos Autistas em São José dos Pinhais-PR |
O Espaço Ama não atende autistas acima de 21 anos. Essa informação é confirmada pelo próprio AMA.Esta informação deveria nos levar a reflexão sobre a necessidade do município investir em políticas públicas para a população autista acima de 21 anos de idade. Todas as idades possuem demandas particulares. Cada Autista possui a sua diversidade neurológica e portanto, cada Autista com suas características particulares necessitam de um suporte de acordo com sua vocação individual.Muitos medicamentos para a saúde mental não estão disponíveis no SUS, nas UBS e na farmácia popular do município, o que gera mais prejuízos para a saúde mental da vida autista.As políticas públicas para a comunidade autista acima de 21 anos de idade precisam de atenção no município também e em todas regiões do Brasil.A criança autista de hoje será o adulto autista de amanha e o adulto autista com diagnóstico tardio foi uma criança autista. Pois ninguém vira Autista. As pessoas nascem Autistas e esta condição do neurodesenvolvimento precisa de um mínimo de suporte. Cada Autista sabe quais são suas principais necessidades biopsicosociais.Adultos Autistas precisam de apoio e algum nível de suporte para ter saúde mental e conseguir trabalhar com dignidade.Trabalho e Renda são as principais necessidades do Adulto Autista.
Para essa reflexão, o Blog do Bassa recomenda o artigo do jornalista Autista Vitor Costa do site canal Autismo com o título: Os efeitos da invisibilidade dos autistas adultos na sociedade
Ninguém “vira” autista da noite para o dia. O que temos observado, sobretudo na última década, é o aumento de diagnósticos tardios, especialmente entre homens e mulheres adultos. O autismo não desaparece quando se chega à fase adulta, como muitos preferem ignorar. É justamente nessa etapa da vida que o peso da ausência de suporte, que é mais comum na infância, se revela. Tornam-se invisíveis as dores de lidar com as mudanças corporais, as frustrações do capacitismo, o primeiro amor, o desemprego. Esse é o lado nada romântico que a sociedade insiste em ignorar. Some-se a isso o abandono do Estado nas políticas assistenciais voltadas à vida adulta.A inclusão no discurso é uma; na prática, é outraO último mês de abril foi marcado pela campanha Abril Azul, voltada à conscientização sobre o autismo, com base no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado em 2 de abril e instituído pela ONU em 2007. O tema esteve presente em programas de televisão, rádio, eventos públicos e privados em Goiás e até no Congresso Nacional em Brasília.Falar sobre o autismo é importante: mas e os autistas adultos? Mais uma vez, fomos excluídos dos debates. Como pode a mesma sociedade que prega inclusão durante trinta dias ignorar aqueles que receberam diagnóstico tardio, como se só crianças autistas merecessem atenção? Estaria o autismo deixando de ser uma pauta social para se tornar apenas um discurso de ocasião?Um país que afirma defender a inclusão, mas exclui os autistas dos espaços de debate sobre políticas públicas — seja no Congresso Nacional, seja no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania —, não pode ser considerado verdadeiramente democrático.É verdade que tivemos muitos avanços nos últimos anos. Mas, para que sejam permanentes, não basta que a comunidade atípica reconheça seus direitos: é preciso lutar por eles. Acima de tudo, é necessário que a sociedade respeite e ouça as vozes dos autistas. Só assim o Brasil será verdadeiramente inclusivo.