Clique aqui e conheça o instagram do neuropsicólogo Clécio Carlos Gomes - Especialista em TEA, TDAH, AH/SD em adultos e professor de Pós-Graduação do Instituto Albert Einstein.
Para Clecio, "A forma como falamos sobre o autismo não é apenas importante – ela molda a forma como a sociedade vê e trata as pessoas autistas. Quando usamos termos capacitistas, como “doente” ou “sofrendo de autismo”, estamos reforçando estigmas e limitando a identidade dessas pessoas. Mas, ao adotar uma linguagem inclusiva, como "pessoa autista" ou "no espectro do autismo", podemos criar um ambiente mais respeitoso e acolhedor para todos."
Aqui estão alguns pontos importantes:
- O autismo não é uma doença, mas uma forma diferente de funcionamento neurológico.
- Adultos autistas podem ter diferentes graus de suporte necessários — alguns vivem de forma independente, outros precisam de apoio constante.
- Muitos adultos autistas foram diagnosticados tardiamente, porque décadas atrás o autismo era pouco compreendido e associado apenas a crianças (especialmente meninos).
- Há também adultos que foram mascarando seus traços (camuflagem social), o que pode causar exaustão, ansiedade e burnout autista.
- Hoje há uma crescente comunidade de autistas adultos que reivindica visibilidade, acessibilidade e políticas públicas inclusivas.
Características cognitivas e de processamento
- Pensamento lógico e detalhista, muitas vezes com grande foco em temas de interesse.
- Dificuldade em lidar com ambiguidades ou mudanças inesperadas.
- Tendência a hiperfoco — podem passar horas mergulhados em um tema, projeto ou hobby.
- Podem ter hipersensibilidade sensorial (a sons, luzes, texturas, cheiros) ou, ao contrário, pouca sensibilidade a certos estímulos.
Comunicação e interação social
- Dificuldade em interpretar subentendidos, ironias e expressões faciais.
- Preferência por comunicação direta e honesta.
- Alguns sentem ansiedade social ou cansaço após interações prolongadas.
- Podem ter dificuldade em fazer ou manter amizades, mas são extremamente leais e sinceros nas relações.
Rotina e previsibilidade
- Gostam de rotinas claras, previsibilidade e controle sobre o ambiente.
- Mudanças inesperadas podem gerar desorganização emocional ou crises.
- Criam estruturas pessoais rígidas (horários, rituais, listas, sistemas) para manter estabilidade.
Trabalho e habilidades
- Excelentes em áreas que exigem atenção a detalhes, análise, lógica, criatividade técnica ou memória.
- Desafios podem incluir relações interpessoais no trabalho, interpretação de hierarquias ou autogestão emocional sob pressão.
- Muitos autistas adultos encontram sucesso em tecnologia, artes, pesquisa, escrita, advocacia, jornalismo, e design.
Emoções e identidade
- Sentem emoções intensamente, mas às vezes têm dificuldade em expressá-las da forma esperada socialmente.
- Podem enfrentar burnout autista, resultado de anos de mascaramento social.
- Muitos relatam alívio e autocompreensão profunda após o diagnóstico.
- O autoconhecimento leva à autoaceitação e fortalecimento da identidade neurodivergente.
O autismo (TEA) muitas vezes vem acompanhado de comorbidades — ou seja, outras condições que podem coexistir e influenciar o bem-estar e o funcionamento da pessoa autista.
Abaixo está uma visão geral das principais comorbidades em adultos e crianças autistas, divididas por áreas:
Comorbidades neurológicas:
- TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) → muito comum, afeta foco, impulsividade e regulação emocional.
- Epilepsia → ocorre em cerca de 20 a 30% das pessoas autistas, especialmente nos casos com maior suporte necessário.
- Distúrbios do sono → insônia, sono leve ou dificuldade para dormir/despertar.
- Disfunções sensoriais → hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos (sons, luzes, toques etc.).
- Comorbidades psiquiátricas e emocionais
- Ansiedade generalizada e social → uma das mais frequentes; pode ser agravada por ambientes não adaptados.
- Depressão → pode surgir de exclusão, sobrecarga ou falta de compreensão social.
- Transtorno bipolar ou de regulação emocional → menos frequentes, mas possíveis.
- Burnout autista → esgotamento mental e físico causado por anos de esforço para mascarar e se adaptar.
Comorbidades médicas e metabólicas
- Distúrbios gastrointestinais (intestino irritável, constipação, refluxo) → muito relatados por autistas.
- Alergias alimentares ou sensibilidade alimentar.
- Alterações imunológicas e problemas hormonais (como disfunção da tireoide) podem aparecer em menor escala.
- Comorbidades cognitivas e de aprendizagem
- Dislexia, disgrafia ou discalculia → dificuldades específicas de aprendizagem.
- Apraxia da fala (em autistas não verbais ou com fala tardia).
- Déficit intelectual associado → em alguns casos do espectro (mas não em todos).
O Blog do Bassa indica o neuropsicólogo Clécio Carlos Gomes - Especialista em TEA, TDAH, AH/SD em adultos e professor de Pós-Graduação do Instituto Albert Einstein.
Atualmente no Brasil, é um dos melhores conhecedores sobre a questão Autista em pessoas Adultas.

