quarta-feira, 24 de julho de 2024

Administração: Uma análise swot da paixão pelo trabalho - pontos fortes e fracos - Por Angela Mathias

 
 
Paixão pelo trabalho pode se transformar em algo negativo, diz pesquisa
Foto: Ilustração Adobe Stock
 


Segundo a administradora Angela Mathias, "embora a paixão possa ser um motor poderoso para o sucesso no local de trabalho, também pode levar a desafios significativos se não for gerida adequadamente".

A paixão é frequentemente apontada como um ingrediente essencial para o sucesso no local de trabalho. 

No entanto, pesquisas recentes sugerem que a paixão pode ter um lado negativo, levando a excessos e expectativas infladas que podem prejudicar o desempenho. Erica R. Bailey e seus colegas, em um estudo publicado na Harvard Business Review, exploram como a paixão pode gerar confiança excessiva, resistência ao feedback negativo e dificuldades em manter a objetividade.

Análise Swot implica em olhar pontos fortes e fracos de uma ação


A dualidade da paixão

A paixão pode ser uma força poderosa que motiva as pessoas a alcançarem altos níveis de desempenho. Elon Musk é um exemplo clássico: sua paixão pela tecnologia o levou a popularizar carros elétricos com a Tesla e a revolucionar o transporte espacial com a SpaceX.

No entanto, essa mesma paixão também pode levar a promessas excessivamente ambiciosas e a uma percepção inflada de suas capacidades, o que às vezes resulta em decepções e críticas severas. Esta dualidade reflete a ligação entre paixão e confiança excessiva, sugerindo que a paixão nem sempre resulta em melhor desempenho.

Impacto da paixão na autoavaliação

Os pesquisadores conduziram estudos com mais de 1.000 funcionários nos Estados Unidos e na China para entender como a paixão afeta a percepção de desempenho. Em um estudo com funcionários de uma empresa de engenharia na China, descobriu-se que os empregados que relataram altos níveis de paixão pela manhã foram avaliados mais positivamente por seus colegas à tarde.

No entanto, esses funcionários também tendiam a superestimar seu próprio desempenho em comparação com a avaliação de seus colegas. Esse descompasso indica que a paixão pode distorcer a autoavaliação, levando os indivíduos a acreditar que são mais eficazes do que realmente são.

Paixão e feedback

Um desafio significativo para os gerentes é que funcionários apaixonados podem ser menos receptivos ao feedback negativo. A pesquisa sugere que esses indivíduos, devido à sua confiança inflada, podem resistir a informações objetivas sobre seu desempenho. Isso pode dificultar o desenvolvimento de uma autoavaliação realista e o estabelecimento de expectativas realistas.

Para gerenciar efetivamente funcionários apaixonados, os gerentes devem ajudar a definir expectativas claras e fornecer feedback regular e construtivo, garantindo que esses funcionários não se tornem complacentes ou resistentes a melhorias.

Estratégias para gerenciar a paixão

Incorporar “folga da paixão”: Incentivar funcionários apaixonados a adicionar tempo extra aos seus prazos ambiciosos e avaliar sua capacidade antes de assumir novos projetos pode ajudar a mitigar os efeitos da confiança excessiva.

Promover a autoconsciência: Ajudar os funcionários a desenvolver uma melhor autoconsciência através de feedback regular pode equilibrar sua visão inflada de suas habilidades.

Equilibrar a confiança com realismo: Enquanto a paixão pode ser benéfica em papéis que exigem persistência e alta confiança, é crucial equilibrar essa confiança com uma avaliação realista das habilidades em papéis onde a precisão é crítica, como em cirurgias ou negociações financeiras.

Reconhecer os potenciais efeitos negativos da paixão e implementar estratégias para equilibrar confiança e objetividade são essenciais para aproveitar os benefícios da paixão sem cair em suas armadilhas.